(NOTA: Lisboa – Rio de Janeiro por avião: lembrar sempre, mas sempre, de comer antes de viajar ! ou levar bolachinhas, ou então mentalizar-se que é uma boa oportunidade para perder peso!).
O Rio de Janeiro faz parte de um imaginário colectivo que evoca de imediato o “calçadão”, o Corcovado, o Pão de Açúcar, a Igreja da Candelária, a Rocinha, a obra de Niemeyer, o Maracanã, as escolas de samba e…
Ver o Rio pela primeira vez é “maravilhoso”, mas regressar também é… Regressar e rever o mar, o posto 11, o “calçadão”, os amigos, a rua Visconde de Pirajá, o Teatro-Café Pequeno (está em cena um musical que celebra o Rio de Janeiro, através de conhecidas músicas populares brasileiras, algumas dos anos 30, tipo a “Cidade Maravilhosa” de André Filho), os bares e restaurantes de antepassados Portugueses, embora agora considerados tipicamente cariocas, oferecem refeições híbridas de muqueca de peixe, vinho argentino e pastéis de “Belém”, ou chopp, salgadinho de aipim, salada e azeite português.
Tudo isto ali pelo eixo Copacabana- Ipanema- Leblon !
Da zona norte do Rio, a norte da Floresta da Tijuca, não reza história nenhuma. Até parece que não se passa nada, e não há nada na história dos Cariocas que tenha inscrições a norte. A “ Cidade Maravilhosa” é mesmo esta, aqui na zona sul, porque da outra, ninguém sabe.
A Cidade de Deus (na zona oeste) realojou compulsivamente habitantes de uma favela, aqui há uns anos. Os (maus) resultados remetem para uma reflexão sobre realojamentos físicos compulsivos e realojamentos sócio-culturais…
Agora, em tempos de eleições, alguns candidatos prometem a “desfavelização”, mas não falam claramente no que vão propor.
Voltando a Ipanema, é admirável a metamorfose do “calçadão” em dias de sol e em dias de chuva. Impressionante como os Cariocas preservam a praia e como todos a usam, estimam e usufruem. Diz-se que em tarde de domingo 1 milhão de cariocas se passeia pelo “ calçadão”, apanha sol nas praias, joga volley no areal.
A propósito de volley, ainda com o Nelson Évora a encher os nossos brios, partilhámos com os cariocas o ouro olímpico da equipa feminina de volley, jogo que seguimos com o merecido suspense.
À noite estava tudo pronto para a noitada, e para repetir a festa com a equipa masculina de volley a defrontar também os Estados Unidos. (O jet lag não nos permitiu acompanhar e soubemos já de manhã que não havia mais ouro).
Não havia ouro, mas houve notícias… Imagine-se que um deputado fez contas dividindo o investimento do governo em “desporto” desde os últimos jogos olímpicos pelo número de medalhas ganhas pelo Brasil, e concluiu que as medalhas ganhas pelos atletas Brasileiros tinham ficado demasiado caras (???).
Esta mimosa notícia mereceu toda a minha perplexidade!
Outro jornal anunciava que o COB (Comité Olímpico Brasileiro) ia contratar uma equipa de psicólogos do desporto, almejando um aumento de medalhas de ouro em 2012, esta sim uma ideia mais interessante e cujos ecos mereciam chegar a Portugal.
No Centro Cultural Luís Gonzaga, um grande pavilhão, com ingresso de um real (menos que 50 cêntimos de Euro) há agora a festa Nordestina. Uma festa verdadeiramente popular, que acolhe os Cariocas e os Nordestinos na capital, de sexta à noite a domingo, sem parar. Ali, come-se, ouve-se música, dança-se, transacciona-se produtos regionais do Nordeste e convive-se.
Numa das bancas, pequenos livros de cordel (genuinamente pendurados em cordel) e um livro a contar a história e a técnica dos livros de cordel com as ilustrações em xilogravura.
Com alguma coragem testámos a carne ao sol (isso mesmo, seca ao sol), com aipim cozido, num restaurante do recinto. Bom aspecto, bom sabor e até agora sem sinal de perturbação digestiva…
Os olhos escuros e tristes dos “garçons” Nordestinos, excessivamente gratos pela nossa presença e apreço, pungentemente atentos, veneradores e obrigados, bastaram-me para passar o dia seguinte em deambulações sobre o que é ser educado sem o direito à indignação.
A música, essa era um pouco indescritível, a precisar urgentemente da gestão de um técnico de som. Gravámos uns 5 segundos promocionais, mas não temos coragem de os expor; apesar da música, dançar “forró” /(for all) por ali, foi um gostinho partilhado por centenas de pessoas.
Os nossos amigos Cariocas ofereceram-nos um DVD do conjunto musical forró mais famoso da actualidade, os “Calcinha Preta” ao vivo no Recife. Ofereceram-nos também uma noite divertida, à conversa sobre os estereótipos dos Portugueses e dos Brasileiros, vistos pelos olhos uns dos outros.
Em breve serão eleições para a Prefeitura e Senado e a cidade está cheia de misteriosos cartazes com fotos de homens e mulheres, e por baixo números que à primeira vista parecem telefones num jeito de anúncio “Telefona-me, e não te arrependerás!”.
Mas não! É o número a marcar na votação …
O Rio de Janeiro faz parte de um imaginário colectivo que evoca de imediato o “calçadão”, o Corcovado, o Pão de Açúcar, a Igreja da Candelária, a Rocinha, a obra de Niemeyer, o Maracanã, as escolas de samba e…
Ver o Rio pela primeira vez é “maravilhoso”, mas regressar também é… Regressar e rever o mar, o posto 11, o “calçadão”, os amigos, a rua Visconde de Pirajá, o Teatro-Café Pequeno (está em cena um musical que celebra o Rio de Janeiro, através de conhecidas músicas populares brasileiras, algumas dos anos 30, tipo a “Cidade Maravilhosa” de André Filho), os bares e restaurantes de antepassados Portugueses, embora agora considerados tipicamente cariocas, oferecem refeições híbridas de muqueca de peixe, vinho argentino e pastéis de “Belém”, ou chopp, salgadinho de aipim, salada e azeite português.
Tudo isto ali pelo eixo Copacabana- Ipanema- Leblon !
Da zona norte do Rio, a norte da Floresta da Tijuca, não reza história nenhuma. Até parece que não se passa nada, e não há nada na história dos Cariocas que tenha inscrições a norte. A “ Cidade Maravilhosa” é mesmo esta, aqui na zona sul, porque da outra, ninguém sabe.
A Cidade de Deus (na zona oeste) realojou compulsivamente habitantes de uma favela, aqui há uns anos. Os (maus) resultados remetem para uma reflexão sobre realojamentos físicos compulsivos e realojamentos sócio-culturais…
Agora, em tempos de eleições, alguns candidatos prometem a “desfavelização”, mas não falam claramente no que vão propor.
Voltando a Ipanema, é admirável a metamorfose do “calçadão” em dias de sol e em dias de chuva. Impressionante como os Cariocas preservam a praia e como todos a usam, estimam e usufruem. Diz-se que em tarde de domingo 1 milhão de cariocas se passeia pelo “ calçadão”, apanha sol nas praias, joga volley no areal.
A propósito de volley, ainda com o Nelson Évora a encher os nossos brios, partilhámos com os cariocas o ouro olímpico da equipa feminina de volley, jogo que seguimos com o merecido suspense.
À noite estava tudo pronto para a noitada, e para repetir a festa com a equipa masculina de volley a defrontar também os Estados Unidos. (O jet lag não nos permitiu acompanhar e soubemos já de manhã que não havia mais ouro).
Não havia ouro, mas houve notícias… Imagine-se que um deputado fez contas dividindo o investimento do governo em “desporto” desde os últimos jogos olímpicos pelo número de medalhas ganhas pelo Brasil, e concluiu que as medalhas ganhas pelos atletas Brasileiros tinham ficado demasiado caras (???).
Esta mimosa notícia mereceu toda a minha perplexidade!
Outro jornal anunciava que o COB (Comité Olímpico Brasileiro) ia contratar uma equipa de psicólogos do desporto, almejando um aumento de medalhas de ouro em 2012, esta sim uma ideia mais interessante e cujos ecos mereciam chegar a Portugal.
No Centro Cultural Luís Gonzaga, um grande pavilhão, com ingresso de um real (menos que 50 cêntimos de Euro) há agora a festa Nordestina. Uma festa verdadeiramente popular, que acolhe os Cariocas e os Nordestinos na capital, de sexta à noite a domingo, sem parar. Ali, come-se, ouve-se música, dança-se, transacciona-se produtos regionais do Nordeste e convive-se.
Numa das bancas, pequenos livros de cordel (genuinamente pendurados em cordel) e um livro a contar a história e a técnica dos livros de cordel com as ilustrações em xilogravura.
Com alguma coragem testámos a carne ao sol (isso mesmo, seca ao sol), com aipim cozido, num restaurante do recinto. Bom aspecto, bom sabor e até agora sem sinal de perturbação digestiva…
Os olhos escuros e tristes dos “garçons” Nordestinos, excessivamente gratos pela nossa presença e apreço, pungentemente atentos, veneradores e obrigados, bastaram-me para passar o dia seguinte em deambulações sobre o que é ser educado sem o direito à indignação.
A música, essa era um pouco indescritível, a precisar urgentemente da gestão de um técnico de som. Gravámos uns 5 segundos promocionais, mas não temos coragem de os expor; apesar da música, dançar “forró” /(for all) por ali, foi um gostinho partilhado por centenas de pessoas.
Os nossos amigos Cariocas ofereceram-nos um DVD do conjunto musical forró mais famoso da actualidade, os “Calcinha Preta” ao vivo no Recife. Ofereceram-nos também uma noite divertida, à conversa sobre os estereótipos dos Portugueses e dos Brasileiros, vistos pelos olhos uns dos outros.
Em breve serão eleições para a Prefeitura e Senado e a cidade está cheia de misteriosos cartazes com fotos de homens e mulheres, e por baixo números que à primeira vista parecem telefones num jeito de anúncio “Telefona-me, e não te arrependerás!”.
Mas não! É o número a marcar na votação …
Processo complexo, pergunto-me o efeito que terá numa população com (ainda) tanto analfabetismo.
2 comentários:
Amanha há mais?
:))
Olá Guida
Estamos aqui eu Catarina e Miguel.
Espero que continuem bem e que consigas tudo o que desejas.
Beijinhos de todos para ti e joão
A mãe
Lourdes
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