sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Do Rio a Lisboa





Lá se passaram 4 meses! Num instante…

Visitámos 7 países, várias Universidades, vários Hospitais, vários Centros de Saúde, várias Escolas, várias ONGs, vários trabalhos no terreno e, claro, conhecemos muitos lugares extra-laborais de um interesse turístico, cultural e vivencial impar.
Revimos colegas e amigos.
Conhecemos outros colegas e outros amigos.

Apesar das saudades da família, dos amigos e de alguns colegas… estamos até apreensivos com o regresso!

Regressamos a Portugal, hoje, sexta-feira 19 Dezembro!
Este blog “Aventura Social na América Latina”, neste formato, acaba aqui!

Vamos ainda continuar a incluir aqui os retornos que for tendo dos Países e equipas visitadas, na rubrica “ Notícias de…”
Continuaremos a incluir endereços em “ Interessante em…”, que espero que sejam útil para estudantes e profissionais de saúde e de educação.
Vamos ainda concluir a rubrica “ Cobertura fotográfica/turística”.
Este blog foi iniciado com “Os dias antes” e vai ter alguma continuação em “Os dias depois”.

Mas vai ser uma continuação muito, MUITO esporádica e MUITO dependente da existência de algo interessante para contar, da motivação para contar, e do tempo para redigir… logo…

Desta experiência do blog agradeço ao José Vítor Malheiros do PUBLICO a sugestão e o desafio, quando há 5 meses ouvi falar de “blogues” quase pela primeira vez.
Foi um grande divertimento, embora tivesse dado mais trabalho do que o previsto.

Desta “experiência sabática” agradeço:

- À FCT, a bolsa concedida,

- Ao CMDTla, o todo o apoio logístico e o apoio do Coordenador, Prof.Dr.Luís Tavira,

- À FMH, a equiparação a bolseiro e todo o apoio do Presidente do Conselho Directivo, Prof.Dr.José Alves Diniz,

- Às colegas da Equipa Aventura Social que fizeram com que a minha ausência não se notasse, em especial à Prof.Drª. Celeste Simões que "apagou muito fogos" na minha ausência, e à Drª.Tania Gaspar que acumulou o estatuto de “filha com mãe ausente” com a minha substituição em várias tarefas profissionais,

- Ao jornal português PUBLICO, a motivação inicial para este desafio “ bloguístico

- A todas as equipas e colegas na América do Sul, que tão bem me receberam e que contribuíram para tornar estes meses uma experiência única de riqueza profissional, cultural e humana.

Do Rio ao Rio VII




Último serão no Rio de Janeiro, jantar no Artigiano, em Ipanema com a Eliane Falcone (UERJ), o Bernard Rangé (UFRJ) e a Angela, já a preparar a sua visita a Portugal em Abril.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Do Rio ao Rio VII










O Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (NESA) (http://www.nesa.uerj.br/) , pertence à Universidade Estadual do Rio de Janeiro ( http://www.uerj.br/ ) e ao Hospital Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro.

Festejou já os seus 30 anos e é considerado uma referência na América do Sul na área da Saúde Integral do Adolescente.

Oferece serviços de Atenção Primária em áreas como a saúde oral, a sexualidade, prevenção da violência, dos consumos, do VIH e DSTs, intervindo em centros comunitários, empresas e em especial na comunidade escolar, com uma equipa pluridisciplinar de médicos, psicólogos, enfermeiros, fonoaudiólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, cirurgiões dentistas, nutricionistas, promotores de saúde juvenis.
Desenvolve acções de ensino e formação, pesquisa e extensão comunitária.

Oferece ainda um Serviço de Atenção Secundária, um atendimento em ambulatório, no NESA, anexo ao Hospital Universitário Pedro Ernesto, a partir de profissionais com as mesmas especialidades.

Tem ainda um Serviço de Atenção Terciária, um internamento hospitalar para adolescentes de ambos os sexos entre os 12 e os 19 anos.
Neste Hospital, a equipa pluridisciplinar tem a mesma composição em termos de diversidade profissional e atende todos os adolescentes com excepção de situações de partos, e situações psicopatológicas graves.
Esta equipa nestes últimos anos tem construído os serviços de atendimento, investigação e extensão à comunidade através de apoio variados e em função dos vários projectos em que a equipa participou.

Editam uma revista em língua portuguesa “Adolescência e Saúde”, vários livros ( aqui uma vez mais a problemática da violência contra as mulheres e os menores e as questões do abuso sexual são temática que merece destaque e apresenta a maior popularidade nas publicações).

Enumero muitos outros projectos: o “Caras & Bocas” ( saúde oral) , o PSTA ( Programa de saúde do trabalhador adolescente), Projecto H ( Saúde de Homens Adolescentes) , Projecto Cidadania e Espaço Escolar, Projecto HIPERPAPO ( prevenção das doenças cardiovasculares e metabólicas na adolescência), Projecto Fala Jovem ( saúde na rádio), Projecto Comunicação e Marketing, Projecto Intergeracional, Projecto Treinamento e Capacitação.

A equipa é pioneira no Trabalho em Rede e na Tele-Medicina.
Oferecem um programa inovador para profissionais de treino em saúde do adolescente inserido no programa do Ministério da Saúde, inteiramente on-line.

A Profª Drª Evelyn Eisenstein (dotada de uma energia e entusiasmo impar) foi pioneira na criação deste serviço e deste conjunto de projectos de atendimento, formação e investigação.
O Prof Dr José Messias é actualmente o Director do NESA e partilha com a Drª Evelyn um entusiasmo contagiante e energético sobre a equipa, sobre o que pode ser feito “partindo pedra” em cada dia.
Um serviço modelar a merecer uma visita mais longa, e uma equipa bem humorada e cordabilíssima.

FIO CRUZ





A Fio Cruz é uma referência Internacional na área da Saúde Pública e da Medicina Tropical.
Ocupa um vasto espaço arborizado, no Rio de Janeiro onde ande era uma vasta fazenda.
Inclui vários Institutos de investigação e formação, um Hospital para investigação, um laboratório de produção de vacinas, um laboratório farmacêutico, a Escola de Saúde Publica, um Instituto Politécnico de formação de agentes de saúde, uma biblioteca...

Esta vasta Universidade tem ainda campus em outras cidades brasileiras.

O Instituto Osvaldo Cruz celebrou o seu centenário em 2000 tendo tido honras de uma publicação com o historial da sua génese e História.
Um dos editores deste volume memorável, é o Prof Dr José Rodrigues Coura, meu anfitrião nesta Instituição.

O Prof. Coura é uma referência mundial na área da Medicina Tropical com largo trabalho clínico e de investigação na Doença de Chagas.
Tem neste momento estudos e trabalhos de campo nesta área na Amazónia, onde tenta rentabilizar os recursos humanos da rede de estudo e intervenção na Malária para uma atenção complementar para a Doença de Chagas. Esta metodologia de gestão e rentabilização de recursos humanos para a saúde, está neste momento a ser seguida noutros países da América do Sul, sob a sua supervisão.
Tem ainda trabalho de formação e treino de técnicos de saúde e de professores, no Brasil e em Africa (CPLP e outros), e supervisão de trabalhos de pos graduação ( mestrados e doutoramentos)

Ficou já agendada uma visita mais longa para Junho 2009, quando eu voltar ao Rio para um Congresso.
Em carteira ficou um projecto de formação de pares, com jovens lideres na comunidade, no âmbito da Promoção e Educação para a Saúde, e um possivel projecto de Mestrado na área da Literacia na Saúde.

Falar com o Prof. Coura é um privilégio científico, cultural e pessoal. Espero voltar em breve!






quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

De Curitiba a Curitiba II


A Drª Suzane Lohr é Psicóloga , Professora no sector de Educação da Universidade Federal do Paraná, e de Psicologia na Universidade Positivo, ambas em Curitiba.

Além disso , como eu, interessa-se pelo que agora se chama Psicologia Positiva, mas que genéricamente tem a ver com a perspectiva de intervenção na optimização da competência pessoal e social dos individuos e na promoção do seu bem-estar.


A Suzane, tal como a Cristina que visitei em S. José do Rio Preto e a Eliane no Rio de Janeiro, foram há já alguns anos doutorandas da Prof Edwiges Mattos Silvares da Universidade de S.Paulo.


Mantêm-se, tal como eu, associadas à "Vivi" por laços históricos que se concretizam actualmente no Projecto Clínicas -Escola que a Edwiges lidera e que pretende listar e estudar os serviços de apoio Psicológico no Brasil e Portugal a partir das Universidades.
A Universidade Positivo (ver link em "Interesante no Brasil") é, bem de longe, a Universidade com melhores infra-estruturas que eu visitei na América do Sul. O seu Reitor tem a "visão" de a transformar a breve trecho na "Harvard da América do Sul". Disso não sei, porque, tal como no corpo humano, uma coisa é a Anatomia outra a Fisiologia, mas, assim à primeira vista, àquela Universidade nada falta no campo do tangível.
Tem uma Clinica de Psicologia, outra de Nutrição e outra de Fisoterapia.
A Medicina tem a sua prática num Hospital.

O serviço de atendimento de Psicologia é modelar, do ponto de vista do equipamento para atendimento e para formação dos alunos.

A Suzane é a Coordenadora da Clínica de Psicologia, que aliás é obra sua: idealizou, implementou e mantêm. Foi ainda a Suzane quem iniciou a Licenciatura em Psicologia nesta Universidade.
As salas de aula são de um conforto nunca visto. Depois, há a biblioteca, os pavilhões deportivos, as piscinas, os auditórios, o Teatro,o lago com peixes e cisnes, a floresta envolvente...

Produzem ainda uma revista (RUBS - Revista Universitária de Biologia e Saúde). O MEDIALAB disponibilizou em português o Video Game educativo da ONU Food Force (Link em "Interessante no Brasil").

As praxes não são autorizadas mas, falando de cerimónias, mantêm o "juramento" de graduação. Esta prática, ainda que se saiba o que podem significar os juramentos, sugeriu-me a necessidade de vinculação dos estudantes a uma ética no exercício da profissão. Esta ética não tem apenas a ver com a honestidade e com a competência... tem também a ver com a prestação de serviços avaliados e comprovadamente eficazes, numa relação honesta com a sociedade civil.

Esta Universidade tem ainda um projetco cultural-pedagógico. Mensalmente projecta um filme actual no circuito comercial, apresentado e discutido por um Professor para a comunidade estudantil.

Enfim uma infra-estrutura perfeita, para uma dinâmica que não tive tempo para availar. Para já nos "Tops" da avaliação nacional das universidades.



A Universidade Federal do Paraná (ver link em "Interessante no Brasil") é das Universidades maia antigas do Brasil. Tem como instalações principais um edifício lindíssimo mesmo no centro de Curitiba.

As Instalações têm o drama de todas as antigas Universidades: foram desenhadas para poucos alunos e agora têm instalações imponentes mas disfuncionais para o aumento da população escolar.

A UFPR edita uma revista na área da Psicologia ("Interação em Psicologia" ), tem ainda uma Clínica de atendimento à População que também serve para efeitos de formação dos alunos, tem vários laboratórios especializados em áreas mais experimentais da Psicologa.

Colabora no Projecto Clinicas-Escola e o Departamento de Psicologia, pela mão da Suzane e da Jocelaine, e tem uma área forte nos programas de intervenção na área da promoção de competências pessoais e sociais.
A Suzane tem ainda a vice-coordenação do Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE) que é uma parceria da UFPR com o governo do Estado do Paraná, para capacitação dos professores do ensino básico da rede pública, em uma proposta de educação continuada para os mesmos, em uma parceria entre o ensino básico e o ensino superior.

Na Universidade Positivo há um presente ainda sem passado abonatório, e um futuro incerto; na UFPR há um passado credenciado e um presente que parece viver um pouco desse passado, e um futuro incerto também.

Esta é a situação em todas as Universidades que visitei aqui na América do Sul e, se me lembrar da Universidades Portuguesas, tenho mais umas para somar.

O FUTURO DAS UNIVERSIDADES EM PORTUGAL E...


A recessão económica e a diminuição da população leva as Universidades a uma política de contenção que prefigura a sobrevivência feroz...

Associada a uma estratégia se sobrevivência, vem um "não-investimento" e consequênte "descapitalização", alienação e apatia.

Que volta dar a isto?

A desesperança chega ao Ensino Superior, com os Professores a falar de "quando tinhamos sonhos de mudança".


A estagnação do corpo docente leva os mais velhos a uma aposentação antecipada, leva o grupo etário seguinte a uma carreira sem desafios nem objectivos, e o grupo dos mais novos a uma "não-carreira" ou porque nem têm entrada, ou porque têm entrada com contratos precários de trabalho.

Onde vamos chegar?

Como dizia alguém, se acham que o conhecimento é caro, façamos então contas para ver quanto vai custar a letargia e ignorância resultante da impotência dos docentes e dos investigadores, que se prefigura já para a próxima década.

Sem investimento não há progresso e em matérias de Saúde e de Educação os efeitos são atemorizadores. Não se poderá "poupar" noutras coisas?

Notícias de Portugal



A Carolina

Ainda não nos tinhamos recomposto do fascínio de ter um Miguel, quando soubemos, já depois da nossa saída de Portugal, que iamos ser avós pela segunda vez...
É uma Carolina, está a crescer bem e deve nascer lá para Abril !

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Notícias de Portugal




CLP apresenta «KUNUAR», de Luísa Coelho, 19 de Dezembro, sexta-feira, 21h30

«KUNUAR» é o título do mais recente livro de Luísa Coelho cuja apresentação tem lugar no Clube Literário do Porto, na próxima sexta-feira, dia 19, pelas 21h30.
Uma provocação, uma chamada de atenção ou um soco no estômago, em forma de poemas, sobre a realidade angolana. Uma realidade que a autora tão bem conhece.
A apresentação estará a cargo de Silvestre Pestana.

Noticias do Chile

De Curitiba a Curitiba









VIDEO



O edifício do Banco HSBC em Curitiba é já de si muito bonito. O espetáculo de luz e som, foi bonito, com milhares de pessoas assistindo nas ruas, além disso o espectáculo é uma boa ideia.


O Banco HSBC apoia intervenções com crianças em risco. Um destes projectos é um grupo coral de uma centena de crianças, que canta a partir das janelas iluminadas do banco, canções de Natal e MPB, num espectáculo de luz e som com muita qualidade e profissionalismo, contando om a colaboração de actores conhecidos.


Este espectáculo traz já a Curitiba gente de todo o Brasil desde há uma década. Para o Banco é um valor seguro, para as crianças uma grande oportunidade, não só espectaculo em si , mas os preparativos que são uma actividade artística para o resto do ano.


Agora de volta ao Brasil ficamos perplexos como as pessoas insistem em nos falar espanhol. Por Curitiba há um sotaque característico que rola os " erres" e face ao qual o nosso português é pelos vistos incompreensivel.
Pelos restaurantes, pela rua, ao fim do primeiro minuto começam a tentar arranhar um "portunhol", mas o mais insólito foi um senhor brasileiro muito simpático que declarou " eu falo um pouquinho de português de Portugal
"Ustedes tienen en Portugal el major jugador de futebol del mundo, Cristiano Ronaldo"

Ficam hoje na " Cobertura fotografica turística" mais fotos.





segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Notícias de Portugal




Mais uma publicação da equipa, na NOESIS:
"Condições ambientais, pedagógicas e psico-sociais mas escolas: uma visão da gestão escolar" de
Isabel Baptista, Margarida Gaspar de Matos,Celeste Simões, Mafalda Ferreira, Gina Tomé, Inês Camacho e José Alves Diniz.
Parabéns Isabel e co-autores!
(Relatório completo deste trabalho em http://www.aventurasocial.com/ - publicações)

Notícias da Argentina

Haciendo zoom sobre las tribus urbanas

http://www.educared.org.ar/entrepadres/seccion01/01/index.asp?id=1818&m=01&s=1


Info para padres
Haciendo zoom sobre las tribus urbanas

Un fenómeno juvenil que crece en las ciudades.

De rollingas a floggers, pasando por emos, góticos y cumbieros -y la lista podría continuar- hay un amplio espectro de tendencias, no falto de matices, en el que muchos chicos encuentran su "lugar en el mundo".

Entre Padres se acercó a esta problemática para aportar información que ayude a los adultos a cuidar y comprender a las nuevas generaciones.

Muchos lectores recordarán o se recordarán a sí mismos entre los seguidores de The Cure y/o Los Ramones en los ochenta, los Beatles y/o los Rolling Stones en los setenta; las expresiones locales de rock más o menos blandas, más o menos contestatarias de la mano de Los Gatos, Manal y Almendra; los grupos musicales melódicos que resaltaban la candidez juvenil como el "Club del Clan" o bien el erotismo y su carácter rebelde como "Sandro y los del Fuego", y por qué no el folklore y sus distintas expresiones.

Desde la segunda mitad del siglo XX la música ha sido un factor clave en las definiciones de juventud. Ligada a una estética determinada fue marcando tendencias, uniendo y diferenciando a quienes compartían un mismo "amor" y una misma ideología. La filiación social y económica, más la geografía y, en menor medida, la política, también se han cruzado en la conformación de grupos identitarios.

Hoy se habla de tribus urbanas como de un fenómeno cultural que se presenta fundamentalmente entre la población joven de las ciudades, quienes construyen mecanismos de expresión dentro del proceso de afirmación de la personalidad, búsqueda de identidad y pertenencia al grupo.

Si bien la música es un elemento importante en la definición de una identidad juvenil, hoy la estética y la tecnología han cobrado mayor centralidad.

Podemos decir, entonces, que hay 5 componentes que se aglutinan sobre la base de una ideología común para definir una tribu urbana: (i) música, (ii) estética, (iii) lenguaje, (iv) lugares de pertenencia y (v) tecnología.

Importadas y locales, nuevas y viejas versiones "remixadas", lo cierto es que la lista es larga y en ella hay definiciones que se superponen.

Floggers y Emos han llamado la atención más recientemente; se los ve con una estética muy marcada, reunidos en sus "catedrales" porteñas en el Abasto Shooping y la Plaza Pizzurno, respectivamente.

Flogger
Su nombre proviene de una popular aplicación de la Web 2.0: Fotolog, un espacio en la Red donde publican sus fotos, las comparten con amigos y se comentan los posteos.

Combinan glamour con pantalones "chupines", remeras ajustadas, zapatillas deportivas y lentes de sol.
Un sello distintivo es el color.
Se autodefinen como "copados"; su ideología es más bien narcisista, pueden pasar horas mirándose al espejo; y su "vicio" es sacarse fotos.
La música que prefieren es: Relax, Take it Easy (Mika), Pijamas (Babasónicos).

Emo
Son emocionales en extremo, de allí proviene la denominación de este grupo.

Su ideología habla de pasar el dolor del alma al dolor físico pero no todos se autoflagelan, sino que muestran el sufrimiento a través de la estética.
Tienen un look cuidado: ropa oscura, flequillo tapando un ojo y mucho delineador negro.
La música que prefieren es: Welcome to the Black Parade (My Chemical Romance), A Beautiful Lie (30 Seconds to Mars), entre otros.

¿Qué nos pasa a los adultos frente a este fenómeno?

¿Sufren los chicos que "militan" en alguna tribu urbana?
¿El hecho de seguir una determinada estética conlleva la adscripción a su ideología?

Sin duda que estas nuevas costumbres de los jóvenes y no tanto (muchos comienzan a vestirse como tal o cual a partir de los 11 ó 12 años) producen extrañeza.

Más allá de la estética, las alertas debieran ser los cambios en los estados de ánimo: si los chicos sufren, si se aíslan, si pierden el interés por las cuestiones que antes les atraían, si se muestran intolerantes frente a los otros, etc.

La ideología de los floggers habla de pasarla bien y ser popular, mientras que la de los emos reivindica el romanticismo trágico autodestructivo, las gothic lolita son pacifistas y los metaleros rebeldes.

Entre estos grupos hay diferencias, pero la dificultad surge cuando éstas se transforman en desavenencias.

En la adolescencia, el grupo protege pero también aísla.

Hay tribus que son discriminadas y esto no es fácil de sobrellevar para un adolescente.
Por otro lado, en ocasiones una vestimenta puede desentonar para un escenario escolar o laboral.
Pero… ¿es este un problema?

El exceso de atención a la estética y al propio cuerpo puede volverse el centro de la vida hasta conspirar con la formulación de un proyecto personal sano y genuino.

¿Hay un adulto cerca?
Los límites siempre señalan el camino y ayudan a crecer pero a medida que los chicos maduran éstos deben ser sostenidos aún con mayor coherencia y argumentos.
En suma, se trata de dejar el prejuicio de lado y estar atentos, escuchar, estar disponibles y pedir ayuda profesional cuando hace falta.

Para conocer más sobre tribus urbanas, Entre Padres recomienda 2 videos que son parte del informe que emitió el programa televisivo La Liga.

Los mismos están disponibles en YouTube. Para verlos es conveniente contar con una pc con conexión a Internet de banda ancha y parlantes.

Ir al video La liga "Tribus urbanas" (resumen emos, floggers) Parte 1 (10:03´)
http://www.youtube.com/watch?v=zUS3FubKMEM

Ir al video La liga "Tribus urbanas" (resumen emos, floggers) Parte 2 (10:01´)
http://www.youtube.com/watch?v=P5a78naK7TY

(Enviado por Cables a Tierra- Universidade de Camahue, Patagónia, Argentina)

domingo, 14 de dezembro de 2008

De Iguazu a Iguaçu


















Diz-se Iguazu do lado argentino, Iguaçu do lado braileiro.

A paisagem é deslumbrante, não há palavras. Ficam as fotos!

À polémica se é mais bonito do lado argentino ou do lado brasileiro... a resposta que nos dão é correcta.
Do lado argentino vive-se dentro do parque e no meio das cataratas. Fantástico!
Do lado brasileiro a paisagem é avassaladora. Fantástico!

Para além dos passeios pela selva ou pelas passadeiras, fizemos uma passseio de barco entre os rápidos e depois o "baptismo das brumas": entrar por dentro de uma catarata e sair de lá todo encharcado e atordoado...teve graça mesmo!

Tivemos dois golpes de sorte, um foi conhecer, em Porto Iguazu, o Sr. Ernesto Soto, motorista argentino que nos levou através da fronteira encarregando-se de todas as formalidade e no fim ainda insistiu em nos levar a um miradouro de onde se vê a Argentina, o Brasil e o Paraguai (Três Fronteiras)
Aqui fica o contacto porque serviços destes são de valor inestimável ( +03757 15434841).

O outro golpe de sorte foi ser noite de lua cheia . Uma única noite por mês mantêm o parque aberto para jantar e ver as cataratas ao luar (e ficar outra vez encharcados no meio das passadeiras). Enfim o problema do frio não se põe, a temperatura ronda os 32 graus. À noite, um pouco mais de frio é mesmo um alívio!
Um fim-de -semana inesquecível.
Dou " baixa" em Iguaçu das minhas botas de montanha, que me acompanharam ao longo dos últimos 8 anos, e que já não merecem regressar a Portugal.
Acho que um passeio às cataratas é um bom fim para uns sapatos desportivos.

Noticias de Portugal

Mais uma publicação da equipa que vai sair agora em Janeiro no Journal Of Family Studies.


Parents –children perception of quality of life: highlights for health interventions

Tania Gaspar*
Margarida Gaspar de Matos
Joan Batista- Foguet
José Luís Pais Ribeiro
Isabel Leal



Abstract
The KIDSCREEN-52 is an instrument that assesses ten dimensions of Health-Related Quality of Life (HRQoL). It was developed as a result of studies by the European
Kidscreen Group- University of Berlin (www.kidscreen.org).
During the Portuguese validation process, a model was developed to examine the perceptions of children and their parents of HRQoL. Structural Equation Modelling was used in order to estimate the fit of this model, in both cases according to gender and age.
The specific aim of the present study is to report the extent to which results differ by gender and age. An additional aim was to explore differences between the child and parent versions of the instrument, globally as well as by gender and age of the children
The results are based on a nationally representative sample of 3195 children from 5th grade (48,8%) and 7th grade (51,2%). The mean age was 11,8 years (SD 1,46) and 49,2 per cent of the sample were boys and 50,8 per cent girls. Data from each child was paired with data from their parents (2256 matched sets of data were generated).
Most the subscales exhibited good internal consistency in both the children’s and parent’s versions of KIDSCREEN with values of the alpha coefficient approaching or above 0,8 for most scales. The exception was the subscale concerned with self-perceptions where the coefficient was approximately 0.64 for both children and parents.
Subscale scores for children’s and parents’ versions correlated moderately strongly in the sample of matched pairs. This indicates that children and their parents view their Health-related quality of life consistently although parents tend to perceive their children’s quality of life as better than their children did. Analysis of variance suggested that there were small differences in scores associated with gender and age.
The results confirm that the KIDSCREEN questionnaire is a relevant instrument to estimate the perception of quality of life both in children and their parents. The fact that parents are not totally aware of their children’s subjective HRQoL, and the fact that parents make a difference according to the gender and the age of their children, would be better addressed when the issue is the intervention with families of school aged children.


Key words: Well-being, Health-Related Quality of Life, Children and Adolescents,
Parents




Parabéns Tania e co-autores!







Saúde dos Adolescentes na California: instrumentos de trabalho

AHWG toolkits de "download" gratuito:

http://www.ahwg.net/resources/resources.htm#Other
and here are the toolkit names.
http://www.ahwg.net/resources/toolkit.htm


Understanding Confidentiality & Minor Consent in California: An Adolescent Provider Toolkit First Revised Edition
page 12 has a tips for confidentiality for teens handout.

Adolescent Health Care 101: The BasicsUpdate to website links in Adolescent Health Care 101

sábado, 13 de dezembro de 2008

De Dayman a Iguazu







"Meio dia nas Misiones" em contagem decrescente para a última semana, em Curitiba e no Rio de Janeiro.

As Missões Jesuitas Guarani são um fenómeno intrigante. Há-as no Paraguai, no Brasil e na Argentina. Trinta ao todo foram as construidas no século XVII.

Aqui na Argentina a mais conhecida é a de S. Inácio, mas também quanto a nós a menos interessante porque já está tão explorada turisticamente que, embora seja a mais reconstruida é a que tem menos carisma. Visitámos San Ignázio, Loreto e Sant Ana.


Muito mágico o espaço daquelas ruínas no meio da selva, de que só restam algumas pedras e um cemitério do início do século passado, meio devastado e já construido por cima do cemitério original.


O intrigante é a sua origem no século XVII, fundadas por Jesuitas que com um "espírito de missão" para aqui vinham e usavam a sua fé (e a sua convicção de que era seu dever converter os outros à sua fé), aliada aos seus conhecimentos científicos e tecnológicos como pretexto para reunir à sua volta várias tribos (aqui pertencentes ao grupo guarani).

Estas " reduciones jesuiticas" (assim chamadas segundo explicam porque reduzia a amplitude do espaço onde tinham de exercer o seu poder e controlo, pondo as pessoas todas a viver no mesmo lugar), tinham escola, hospital, prisão, tribunal, exército, governo da missão chefiado por um cacique, cemitério, uma grande praça central e uma ENORME igreja. Algumas chegavam a ter 4500 nativos, embora a população fosse muito variavel porque com os europeis chegaram muitas epidemias que devastavam os indios.

No cemitério só eram sepultados guaranis mortos de morte natural ou acidente. Os que morriam das "pestes" eram sepultados em valas comuns, longe. Os sacerdotes Jesuítas eram sepultados nas igrejas.


Como dizia o nosso guia a história é sempre contada pelos vencedores, e por isso a população local ainda hoje tem dúvidas se os Jesuítas foram uns benfeitores que ajudaram a implementar uma organização e justiça social, um desenvolvimento económico capaz de assustar as coroas da Europa, ou se, pelo contrário, foram uns carrascos para os locais, que exploraram e privaram de liberdade para seu próprio poder.

Os Jesuitas foram expulsos... os Guarani dizimados...
Na última guerra da Argentina com o Paraguai as Missões foram destruidas.
Há agora um grupo governamental que aposta na sua reconstrução.
Na missão do Loreto, por exemplo, há mesmo uns apartamentos para estudiosos, historiadores, arqueologos, teólogos etc, que queiram vir até aqui explorar o passado!

Fizemos um bonito passeio com um excelente condutor e um excelente conversador, o Senhor Luis Broemser que, como a maior parte dos habitantes de Posadas, tem ascendência europeia (há por aqui muitos polacos, alemães, ucranianos, italianos, japoneses).
Fica aqui o contacto do Sr Luis (broemer_luis@live.com.ar) . Nós fomos os seus primeiros clientes portugueses, mas tem um dossier com cartões de visita e depoimentos de todo o mundo.
Che Guevara viveu aqui em pequeno com a sua família e os residentes celebram esse facto com cartazes alusivos um pouco por todo o lado.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

De Montevideu a Dayman


Último fim-de-semana da nossa viagem.
Dentro de uma semana estaremos de regresso a Portugal, depois de quatro intensos meses de ausência.

Um dia nas termas”, parece um dos álbuns dos Queen.
Em Dayman, Uruguai, a água termal sai a 42 graus e é especialmente útil para doenças reumáticas.

O complexo termal de Dayman tem várias piscinas interiores, outras ao ar livre, todas “a ferver”, tem jactos para banhos dinamarqueses, suecos, finlandeses, escoceses…, tem sauna, jacuzzi, banho turco, massagem, limpeza de pele e tratamento facial.
Acesso sem restrições, tudo incluido por 30 euros por dia. Vale a visita!
Não sei se tem efeito anti-reumático, mas sim, relaxa os músculos das costas e ombros, crispados por estes vícios informáticos e numa perspectiva de saúde positiva é saudável sem dúvida.

Entretanto aqui fica o primeiro “ fruto palpável “ da colaboração com a América Latina que tenho querido fazer nesta viagem.
Incluo o resumo da minha participação no I Congresso Luso- Brasileiro de Psicologia da Saúde (há poucos dias deixei o link), que vai ocorrer no início de Fevereiro em Faro, e vai ser uma comunciação conjunta de colegas Portuguesas, Argentina e Chilena.


Situação e Perspectivas da Saúde Sexual na Adolescência, em Portugal e na América Latina

Margarida Gaspar de Matos, PhD (1) ; Mónica Borile, MD (2); Electra Gonzalez, MA SW (3); Marta Reis, Msc (4); Lúcia Ramiro, Msc (5) & Equipa Aventura Social

(1,4,5) Projecto Aventura Social - Faculdade de Motricidade Humana / Universidade Técnica de Lisboa e Centro da Malária e Doenças Tropicais, Portugal,
(2) Ministerio de Educación de la Pcia de Río Negro. Escuela de Medicina, Universidad Nacional del Comahue, Argentina,
(3) Centro de Medicina Reproductiva y Desarrollo Integral del Adolescente, Facultad de Medicina, Universidad de Chile, Chile.

Abstract
The increase in STI’s, unplanned pregnancy and other risks related to sexual activity is responsible for selecting young people as an important target group for intervention in terms of sexual and reproductive health. Sex education aims at developing and training attitudes and skills in young people so as to enable them to make well-informed and healthy decisions (GTES, 2005; 2007; 2007a).
The analysis of the Portuguese results of the HBSC/WHO study (Currie et al., 2004; Matos e equipa do Projecto Aventura Social & Saúde, 2006) highlights the existence of multiple risk and protection factors that determine sexual risk behavior in adolescents.
This suggests that sexual education should focus on preventive interventions, both universal, including the subgroups related to school life such as school professionals, family and peers, and selective strategies delivered to the subgroups identified as "at risk".
This work examines similarities and differences between Portugal and Latin America as a result of the first author’s sabbatical leave. It also gives insight on its consequences in terms of Health and Education policies regarding adolescents mainly in the area of sexual and reproductive health.
Further details of this period may be read in www.umaventurasocial.blogspot.com.

Key words: Sexual Education, Sexual Behavior, Young people, health and education policies

O projecto é agora ampliar esta síntese incluindo também participações de colegas da Bolívia, Brasil, Peru, Paraguai e Espanha.
As temáticas em análise serão "A sexualidade, saúde sexual e educação sexual" por um lado e por outro "A violência, a provocação entre pares, a violência associada ao género e a educação para a convivência não violenta".

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Notícias de Portugal




Galeria Santa Clara - Exposição de fotografia - 20 Dez, sáb, 17 H

A Galeria Santa Clara, em Coimbra e a ONG Coopera (www.coopera.cc) convidam-vos para a inauguração da exposição de fotografia de Ana Rita Rodrigues, "Walale Angola" (Olá Angola), que inaugura no dia 20 de Dezembro, pelas 17 horas.

Esta exposição está integrada no tema que a Galeria Santa Clara vai adoptar no próximo ano, 2009, "1 mês, 1 país" e representa o primeiro país: Angola/Janeiro.
Subjacente estão ideias de multiculturalidade, de integração, de participação, de cidadania, de ecologia...

Notícias do Brasil




Entrevista na Radio UFSCar
Oi Margarida

Inseri sua entrevista em nosso site .

Colocamos uma foto também, ficou legal, veja

http://www.rihs.ufscar.br/

Um abraço

Zilda A. P. Del Prette
Departamento de Psicologia - UFSCar - Fone/Fax 16-33518361
Laboratório de Interação Social -
Grupo de Pesquisa: Relações Interpessoais e Habilidades Sociais
Web-Page: http://www.rihs.ufscar.br/

De Montevideu a Montevideu XII


Saúde e Saúde Mental na América Latina

Já aqui há semanas referi dois livros editados pela AASM (Associação Argentina de Saúde Mental) compilados a partir de uma selecção de apresentações. O Congresso de 2007 teve como Tema “ O mal-estar do quotidiano” e o de 2008 “Modernidade, Tecnologia e Sintomas Contemporâneos

DROGAS, ALCOOL E…
Fala-se da cyberdependência e de realidades virtuais (http://www.ivcf.indiana.edu/ ; http://www.marianoacciardi.com.ar/ ), considerando-se os actuais adolescentes “nativos digitais”. Este facto seria até vantajoso para a sua sobrevivência, não fora levar a um problema de falta de figuras de referência no mundo dos adultos, tidos como incompetentes e inúteis e, claro, o excesso que os limita em termos de tempo e motivação para outras actividades .
Parta além da cyberdependência, há outras dependências “sem substância”, chamadas “sócio-dependências” (jogos de azar, sexo, trabalho, medicamentos, exercício físico, etc.).

Um foco especial para o consumo de substâncias nos espaços “pré-boliche” (antes da ida para a discoteca), onde se consome mais barato. Estes consumos são apresentados como uma “produção emocional” que, tal como a “produção física”, ajusta o estado de ânimo para a noite, condição “sine qua non”, para que a diversão ocorra. ( http://www.hugomiguez.com.ar/) . Fala-se de cultura adolescente “cool”, indiferente e sem desejos.

ADOLESCENTES, ESPELHO DE UMA EPOCA?
No fundo cada época nos mostra os seus mal-estares, e a pós-modernidade, diz-se habitualmente caracterizada pelo individualismo, pelo excesso, pela perca da perspectiva do passado e do futuro com uma concentração de energia no futuro imediato e, exactamente, pela indiferença.
Os adolescentes pós-modernos são vistos como dotados de um “não-desejo”, de uma indiferença.
Mas, curiosamente, a juventude é um espelho onde cada sociedade descobre as suas falhas (como que caricaturadas pela vulnerabilidade deste grupo, socialmente menos experiente, na sua pré-entrada na vida adulta...)
Se estamos numa sociedade que apela ao individualismo e onde há uma erosão do sentimento de pertença e uma centração no presente, que faz perder o sentido da continuidade histórica dificillmente podemos " produzir" adolescentes solidários, enraizados e com um sentido de percurso de vida .
Fala-se agora de “cidades à escala humana”, de “comunidades à escala humana” e da necessidade de que escola e hospital encontrem “o seu factor humano”. ( http://www.clacso.org/ ; http://www.caritas.org.ar/).
Os nossos adolescentes serão, como em todas as outras épocas históricas, o produto do seu ( nosso) tempo!

A SAÚDE E A EDUCAÇÂO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E DA EDUCAÇÃO
Curiosamente falou-se muito “dos tratadores e educadores” : da saúde e da saúde mental dos profissionais de saúde e de educação que, sujeitos a um stress relacional na interacção em situações adversas com os doentes ou com os alunos, apresentam frequentes sintomas de “burn-out” com impaciência, agressividade, irritabilidade, insónia, absentismo, depressão, abuso de medicamentos psicotrópicos, somatizações, consumo de drogas e de álcool.
Pelo efeito devastador que tem nos profissionais e na sua população alvo, sugere-se uma prevenção na formação, grupos de supervisão ou de monitorização tipo “Coaching” ou “Balint”.
Lembrei-me que, quando do 11 de Março em Madrid, uma equipa de psicólogos de intervenção em crise trabalhava com vítimas e pessoas afectadas pela catástrofe e, à noite, as equipas de psicólogos tinham por sua vez ajuda psicológica para gestão do stress situacional.
Se nos lembrássemos disto mais vezes quiçá poderíamos evitar tanta gritaria nos corredores das escolas e dos hospitais!

VIOLÊNCIA ENTRE PARES; VIOLÊNCIA FAMILIAR E ABUSO SEXUAL
Falou-se do acosso laboral, da provocação entre-pares (“bullying”), da violência familiar em especial sobre menores e sobre as mulheres e do abuso sexual.
Para todas estas formas de violência sugere-se processos de detecção/identificação das situações, a capacitação das vítimas e a mudança das culturas institucionais ou da cultura da comunidade próxima.
A violência e o abuso na família remetem por vezes a 3 e 4 gerações anteriores pondo em causa tudo o que se diz sobre vinculação, modelação, monitorização, desenvolvimento pessoal! Justificam programas de prevenção da “violência no namoro” onde se trabalham sinais precoces que poderão levar a violência em fases posteriores.
Mas os recursos pessoais são muitas vezes insuficientes face a realidades tão complexas e torna-se necessário pensar mudanças culturais e legais.

CONVERSAS "VELHAS DE 30 ANOS"
Para atender necessidades locais, como conhecedores próximos da população alvo, aparecem aqui figuras como “Acompanhante terapêutico” e “Agente comunitários de saúde") que podem ser pais, mentores, lideres comunitários, profissionais com curso profissionalizante (“amigos qualificados”) , mas. aqui como tenho vindo a dizer ,voltam as “conversas velhas de 30 anos”: então não eram estes os agentes da “Community-based health”?, dos “mentores”?, “da Educação entre-pares”?
Uma vez mais se insiste nas Políticas Municipais como revitalizador (ou complemento) das Politicas Nacionais, e na importância do trabalho de inovação a partir de pequenos grupos empenhados, mas do perigo de desgaste a que estão sujeitos grupos de intervenção que trabalham sem condições e da necessidade de políticas sustentadas.

PROTEGER A SAÚDE? NOVOS “ESPARTILHOS” ou NOVAS “DEPENDÊNCIAS”?

Uma referência à protecção da saúde e à prática da actividade física, com uma ressalva que tem a ver com a emergente ameaça de uma dependência do exercício, outra ressalva com o facto das politicas de promoção da Actividade Física para adolescentes se basearem em modelos infantis ou adultos não entendendo o papel da actividade física para um adolescente em fase de elaboração formal do pensamento.
Uma vez mais, o risco de que os “promotores de saúde” apareçam com efeitos contra-producentes, gerando demasiada obsessão à volta de temas de saúde (o exemplo claro são os excessos de zelo nos comportamentos a promover: actividade física e hábitos alimentares).
Enfim, como dizia alguém, algum bom senso tentando encontrar "a saúde dos valores médios e culturalmente relevantes".

Sublinha-se também que para o estudo e promoção do exercício (ou de hábitos alimentares saudáveis?) se tem de ter em conta factores físico, psicológicos, sociais, políticos, técnicos e tácticos (e não só um destes factores, o que tende forçosamente a acontecer se a equipa não é pluridisciplinar).

ESCOLA E FAMÍLIA
Muito foco no trabalho nas escolas. Em espanhol a palavra “taller” é interessante porque dá a ideia de um espaço fecundo mas participativo.
Talleres” então com pais, alunos e professores pedindo participação na criação e manutenção de “espaços saudáveis” na escola e na família. “Talleres de projectos pessoais
Fala-se de Educação para a saúde, formação de agentes multiplicadores de saúde e de programas de promoção da mudança a nível individual e institucional. Porque educar é influir e promover a auto-motivação, a auto-monitorização, a auto-mudança (não é, apenas, ensinar).
Fala-se de programas baseados na epidemiologia e no estudo de determinantes e na avaliação de programas, defendendo-se a ligação da investigação à intervenção.

Na Argentina a Educação Sexual Integrada é já obrigatória, com carácter de transição nos próximos anos… Tenho vindo a escrever sobre a frequência da gravidez na adolescência, da violência no casal, do abuso sexual a exigir estas medidas sem atraso.
A educação para a saúde incluirá a sexualidade, a prevenção da violência e dos consumos, e os direitos cívicos, cidadania e participação social.

(Em Portugal … ai não! nem me digam que vamos um dia destes começar tudo de novo!)

Muito foco também no trabalho com famílias, tanto do ponto de vista de “ponte para chegar aos filhos” como da criação de ambientes saudáveis e contentores, como ainda do ponto de vista ao apoio aos pais no seu papel paterno (http://www.acciondigital.com.ar/; http://www.blockcenter.com/): ser pessoalmente competentes e mudar envolvimentos.

POBREZA e MISERIA

Falou-se muito da patologias da pobreza, não só no acesso à saúde e à educação, como na valorização da saúde e da educação face a necessidades mais prementes de subsistência mas ainda de factos que podem perpetuar a pobreza: a gravidez na adolescência, o abandono escolar e a desnutrição (com as suas consequências na saúde e no desenvolvimento cognitivo).

OS VIRUS MAUS , QUE VÊM SEMPRE “DE FORA”

Curiosamente na área da prevenção do VIH, as crenças negativas e a discriminação no seio da população mexicana, está por vezes associada ao migrante que regressa depois de um período no estrangeiro (Estado Unidos).
Numa comunicação chamada “O vírus que veio do Norte” revi uma realidade que já percebi em Angola onde o VIH, diz a “crença”, também veio de fora, desta feita do Congo.
Este atribuição ao “out-group” de características negativas e perigosas tem o efeito de securizar o “in-group” contra o perigo.
Estamos a adivinhar o perigo deste teorização da Psicologia Social, quando se trata da prevenção do VIH…

PLURIDISCIPLINARIDADE, REFLEXÃO ALARGADA E DEBATE DE IDEIAS
Num pais fortemente dominado pela Psicanálise vejo aqui um claro apelo ao alargamento de grelhas de análise e estabelecimento de diálogo com uma perspectiva sócio-cognitiva, humanista, inter-pessoal e cognitivo-comportamental; há ainda um forte apelo à formação, investigação e avaliação. Finalmente, melhor ainda, na Argentina a saúde mental foi eleita como ”O” conceito abrangente englobando diversas especialidades enquanto “pares”.
Três sinais quanto a mim promissores.

AO DR. EDUARDO GRANDE
Deixo no fim destas notas soltas um apelo ao Dr. Eduardo Grande, Presidente da AASM, para que nos dê o prazer de o ler em breve, numa reflexão pessoal e histórica sobre a evolução da Psicopatologia e Psicoterapia na Argentina e no mundo, deixando-nos partilhar da sua vasta experiência e reflexão nesta área.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Notícias para Portugal
























Ao Vítor com amor e reconhecimento

Vitor

Ainda estou em Licença Sabática aqui na América Latina. Esta América Latina que sei que tanto aprecia e que por seu lado tanto valoriza o seu trabalho e lhe presta o tributo que Portugal sempre tem esquecido.
Por ironia pedem-me agora para escrever um texto, por ocasião da sua jubilação, um texto para um livro de homenagem.

Eu por mim teria preferido que esse livro tivesse visto luz há 30 anos, e sob a forma de acções concretas, possibilitando-lhe uma carreira ainda mais fecunda, sem dissabores evitáveis e sem dispersão de energia emocional e cognitiva.
A nossa Faculdade não teve grande visão, tão pouco apoio lhe foi dando!
(Será um problema local isto de se apostar frequentemente “no cavalo errado”?)

O meu texto sobre si? de si digo o melhor: um jovem pai, um irmão mais velho, um amigo, um colega, um mestre, um estudioso feroz, um homem persistente algo desiludido com tanta pedra no caminho e porque tanto lhe dificultaram ter asas e voar.
Dizia-me com frequência: “eu sou o arco, vê tu se consegues ser a flecha que ultrapasse esta selva”.
O Vítor é e sempre foi um “Não-situacionista” e eu, para o melhor e para o pior, "herdei" isso de si com muito orgulho.
Não sei se vou conseguir ser “flecha” porque as Instituições, óh Vítor, são assim mesmo, asfixiam sempre os “Não-situacionistas” e preferem “Yes-persons” onde se apoiam para sobreviver. A ironia, Vítor, é que são mesmo essas “Yes-persons” que não deixam as Instituições evoluir e as condenam ao imobilismo.
O Vítor foi até onde pôde, contra esta abulia Institucional.
E deixou muito caminho facilitado para nós.

Notícias de Portugal

Mais uma publicação com elementos da equipa:

Adaptation and Validation for Children and Adolescents of the Social Support Satisfaction Scale no The Spanish Journal of Psychology.
Authors:
Tania Gaspar; José Luís Pais Ribeiro; Margarida Gaspar de Matos; Isabel Leal; Aristides Ferreira



Abstract

The main objective of this study was to adapt and validate the Social Support Satisfaction Scale (SSSS) for children and adolescents (Ribeiro, 1999). A representative sample of 3195 children and adolescents was obtained from 5th and 7th graders, throughout all five Portuguese regions. The results showed a good internal consistency, Social Support Satisfaction (SSS) Factor α= 0,84; Necessity for Activities connected to Social Support (NASS) Factor (α= 0,69). By using ANOVA analysis techniques, gender, age and socio-economic status SES), such as differences concerning the SSSS, were identified.
A structural equation model was used to examine confirmatory factorial analysis and an adjusted model was found by taking off item 5.
The discriminating validity as well as the concurrent validity of the items was inspected with measures related to social support, such as, optimism, self-worth and perceptions of health-related quality of life (HRQoL).
With this analysis, we verified that feminine gender and younger participants (<12>
This analysis sustains values that reinforce the validity of the scale in assessing perceptions of social support within a health context.
In conclusion, this scale provides an assessment instrument, increases knowledge related with social support satisfaction and subjective well being, and helps identify risk populations.

Key Words: assessment; social support; children; adolescents; subjective well-being


Parabéns Tania e co-autores!


Mais boas notícias:

À Marina Carvalho foi concedida uma bolsa Pos-doc da FCT, a aumentar o numero de (excelentes) colaboradores da Equipa Aventura Social, na Faculdade de Motricidade Humana e no Centro da Malária e Doenças Tropicais.
O seu projecto Pos-doc inclui o trabalho em profundidade, com utilização de modelos estruturais, dos dados do HBSC nas questões da violência entre-pares.

Colaborará ainda no apoio aos restantes 7 bolseiros de doutoramento da FCT na equipa e os 5 estudantes de doutoramento sem bolsa e na linha de investigação sobre saúde sexual e reprodutiva e educação sexual.

Parabéns Marina!


Saludos desde Paraguay


(Fotos do Blog do Osvaldo da sua visita a Misiones)
Estimada Margarida,
Solo unos pocos días después de que vc. viajara a Bolivia, junto a un grupo de alumnos de la U. Catolica fuimos ate o Museo Jesuita da Cidade de Santa María, al sur de Paraguay a visitar el lugar y hacer un trabajo sobre o arte de las misiones jesuitas en Paraguay, el album de fotografías de este viaje puedes verlo en mi perfil del facebook http://www.facebook.com/album.php?aid=71111&id=722807801&ref=mf el Museo es un lugar muy hermoso y el pueblo se mantiene casi intacto de la influencia jesuita, el trabajo que hicimos con mis alumnos foi catalogar los ornamentos, tipo de talla, uso do colores (gama cromática) apos de eso, acudimos al lançamento de un livro feito hace casi 10 anhos pero que pertenecia a una artista paraguaia ya fallecida, el livro foi editado por uma fundaçao y trata sobre los dibujos (esgrafiados) que hacian os indios guaranies nas telhas recien feitas durante las Misiones, esas telhas increiblemente fueron conservadas nun depósito da zona, no todas por supuesto, algunas fueron re-utilizadas en telhados de povos cercanos.

No octubre hice outro viagen, que foi un ejercicio de Disenho e Sustenbabilidade, pero con alumnos de la U. Americana, el viagem foi ate o otro lado da bahia de Asunción, un lugar donde se encuentran paisajes muy bonitos, pero o acceso e muito perigoso, pues esta rodeado de "vilas miserias" y ademas reciben muita carga de basura clandestina da ciudade, este aspecto es algo propio, como ya comente uma vez, de cuasi toda latinoamerica... una mistura onde conviven (frente ao olhos o escondidos) pobreza e riqueza, desarrollo y subdesarrollo de uma forma cotidiana e libertina :) no estoy a favor de esta caracteristica cultural, solo que para la cultura europea a veces nao e facil entender esta circunstancia social. El album fotografico de este viaje tambien esta disponible en Facebook, http://www.facebook.com/album.php?aid=71113&id=722807801&ref=mf


Finalmente a mediados de noviembre, organice o festejo del Dia Mundial de la Usabilidad en Paraguay, la usabilidade es la utilización do sentido comun (basicamente) en la tecnologia, soy miembro de la Asociación de Profesionales de la Usabilidad desde el 2006 y este ano o mainline del festejo fue el Transporte, asi que hicimos un viaje en barco ate uma ciudad fronrteriza entre Paraguay y Argentina, donde quedó demostrado el ahorro de combustible con relación al mismo viaje via terrestre y la diferencia del paisaje que rodeia al rio Paraguay, también subi las fotografias en mi perfil del Facebook http://www.facebook.com/album.php?aid=71108&id=722807801&ref=mf en el album ya estan as fotografias del viagem y de la palestra posterior, que fou feita no patio interno de la Facultad de Filosofia de la U. CAtolica, donde estuvimos cuando visitamos ao director de la carrera de Psicología, lembrasse?

Agora, estoy organizando con Daniel, un cacique de la parcialidad indigena Tomaraho, un viagem ate su comunidad, distante unos 800 km. de Asunción, sobre o rio Paraguay, para facer o segundo estudio de antropología visual, uno de los proyectos que me gustan y donde con seguridad voy a publicar ao final do 2009 o livro sobre a identidad visual de esta comunidad indigena...

Un abraço enorme pra voce y para su marido!!!
Osvaldo


Notícias de Portugal

Lançamento do livro “Diários de Viagem. Desenhos do quotidiano” no dia 13 de Dezembro, Sábado, das 16h às 18h30, no restaurante La Moneda. Aparece.

Mais em http://www.diariografico.com/

Bjs

eduardo

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

De Montevideu a Montevideu XI





O que o Dr Pons não me disse, foi que tinha acabado de publicar um livro.


Esse livro, dei com ele numa livraria muito bonita, na Rua 18 Julio, mesmo a chegar ao jardim onde há sempre música para se dançar na rua, e onde se vêem sempre uns casais “mayores” a dar uns passinhos mais ou menos aficionados.

O livro “El Sexo que Cambio la História” ( o cómo las cosas que a veces suceden a las mujeres pueden lhegar a alterar la historia de reyes, emperadores y algunos prójimos no tan pomposos) lê-se com agrado e surpresa e recomenda-se a médicos, médico-ginecologistas, historiadores, psicólogos, outros profissionais de saúde, professores,.

Do prólogo de Ricardo Pou- Ferrari ( pp11) “ Obertura para un erudito divertimento histórico ginecotocológico, escrito en clave de humor, destinado a galenos y pacientes ( para leer o escuchar) "

No epílogo ( pp 302) escreve o autor “ Hemos llegado al final de esta visita a hechos sexológicos, ginecológicos y obstétricos que tuvieram incidencia en la historia de la humanidad




Pelo meio, histórias que prendem o nosso interesse. re-colocam o nosso pensamento numa perspectiva de espessura temporal e que nos deixam deslumbrados pela paixão do autor, aparentemente desde pequeno, segundo nos conta, quando se auto-cita num trabalho não publicado.

O livro foi editado no Uruguai pela Planeta com data de Novembro de 2008. A correspondente em Portugal é a D Quixote.


De Montevideu a Montevideu X


Contactei o Prof Dr Enrique Pons aqui em Montevideu, depois de o ter ouvido no Congresso Latino Americano de Ginecologia e Obstetrícia em Mendoza (Argentina) no mês passado.
O Dr Enrique Pons é Professor Catedrático de Ginecologia e Obstetrícia da faculdade de Medicina do Uruguai e dirige a Clínica Ginecotocológica do Hospital Pereira Rossell de Montevideu, que é também um Hospital Universitário. Foi presidente da ALOGIA (Associação Latino Americana de Ginecologia de Infância e Adolescência), do centro Latinoamericano de Saúde da Mulher (CELSAM) e de várias Sociedades nacionais na área, nomeadamente a Sociedade Uruguaia de Ginecologia da Infância e Adolescência (SUGIA) e Sociedade Uruguai de Saúde Sexual e Reproductiva (SUSSR).

O Hospital Pereira Rossell é um complexo hospitalar vasto, que se deve a um milionário que morreu sem descendência e o doou, com a expressa instrução de que teria de ser para um hospital (assim não pode ser loteado e vendido “ a retalho”)
Aqui diz-se “o Hospital de mulheres e crianças” enquanto que o Hospital das Clínicas é “o Hospital de adultos”.

O Hospital tem um internamento onde as jovens parturientes têm os seus bebés e onde se lhes fixa um internamento maior, para se aproveitar esse tempo para a “ prevenção da segunda gravidez”, algumas são muito jovens, diria 13-14 anos e algumas estão acompanhadas dos seus parceiros, muitos também muito jovens (os mesmos 13-14 anos).

As jovens mamãs têm quartos individuais para uma melhor atenção e cuidados individualizados. Segundo o Dr Pons, quando chegam ali têm o melhor atendimento durante a gravidez e parto. O problema é a prevenção, da primeira gravidez não planeada e da segunda. Até porque muitas vezes é mesmo planeada. Por exemplo se o parceiro da jovem mãe se afasta no processo da gravidez, o parceiro seguinte muitas vezes clama um filho, podendo depois por suas vez afastar-se.
Assim vê-se por vezes mães adolescentes com 2-3 filhos de pais diferentes. Entendem que 2-3 filhos na adolescência dificulta a concretização de sonhos de vida individuais, mas a verdade é que muitas vezes não há mesmo sonhos para além de alimentar um envolvimento afectivo pontual. O serviço de atendimento de saúde integral a adolescentes é pluridisciplinar e inclui ginecologistas, pediatras, enfermeiros, psicólogos, trabalhadores sociais, parteiras.

No Uruguai a Ginecologia infanto–juvenil é também uma especialidade própria com formação especifica e uma Associação Nacional (SUGIA) , tal como nos outros países da América Latina (e mais recentemente na Europa, quem diria!) .

A questão da violência doméstica e abuso sexual também aqui é um assunto de destaque, havendo várias dinamizas no sentido de apoiar sócio-economicamente, culturalmente e do ponto de vista logístico o “reporte”.

Conversar com o Dr. Pons flui, muito agradavelmente. As suas preocupações antropológicas, históricas, culturais, sócio-económicas e psicossociais transcendem em muito o habitual na carreira médica. A sua vasta experiência dá-lhe uma visão abrangente e perspectivada no tempo e no espaço sócio-histórico.

Voltei à minha preocupação com as “conversas velhas de 30 anos” e de como passar a uma prática que leve a mudanças sustentadas, agora que tantos problemas já estão identificados junto com as suas determinantes sociais.

Identificámos as necessidades " universais:
-de melhor gerir o que há: recursos materiais e recursos humanos. As soluções “de cima para baixo” nunca chegam a tempo e perdem-se muitas vezes nos confins da inércia burocrática, por outro lado organizações que se formam para agilizar a acção, muitas vezes perdem-se no balanço entre interesses internos e públicos.

-de avaliar e disseminar boas e más práticas para não partir sempre do zero nem repetir erros.

-de intervir precocemente para se obter mudanças de mentalidades uma vez que muitos problemas, como o abuso físico e sexual se radicam numa tolerância e até incentivo do grupo familiar e social.

-de formar profissionais para trabalhar na prevenção, na detecção, no encaminhamento e na intervenção, não só a nível individual como do grupo familiar e social.