Lima espraia-se por vários quilómetros em extensão, com poucos edifícios altos a não ser nas partes mais modernas. Qualquer viagem de taxi demora hoooras…
A Política no Peru
A política da América do Sul é uma instabilidade constante. À medida que entramos num país estão a acontecer coisas que só não soubemos antes porque não saem das fronteiras. Antes de ontem aqui demitiu-se todo o executivo pela voz do Primeiro Ministro, acusado de envolvimento com ex-dirigentes que lhe seriam próximos e agora são acusados de tráfico de influências, corrupção etc. em negociatas nacionais e internacionais. Ontem o Presidente da República aceitou esta demissão.
Universidades aqui e aí
Um colega confessava-me recentemente que tinha abandonado a Universidade Pública porque estava farto de lobbies políticos à volta da Ciência. Comentou que na sua antiga Universidade havia um conjunto de Professores que se se juntavam em esquemas de poder e não deixavam as coisas evoluir, e por isso tinha optado por ingressar numa Universidade Privada (no Peru consideradas em geral de maior qualidade do que as Públicas), apesar dos anos de serviço público já efectivos.
Fiquei perturbada com esta situação, mas… passada a perplexidade... bem, em Portugal não há memória pelo menos recente de actos de corrupção associados aos dirigentes de Universidades Públicas. Eu não conheço! Mas todos sabemos que nas Universidades (Portuguesas) a vida profissional de alguns docentes é mais simples do que a vida profissional de outros, e esta simplicidade tem quase sempre a ver com a proximidade do lobby no poder…
Como me dizia há meses um alto dirigente governativo nacional, há dois tipo de pessoas que se candidatam ao Poder nas Universidades: umas são as que já têm um grande historial de investigação, experiência e conhecimento e que têm um “sonho” de desenvolvimento Institucional que querem concretizar: esses são os excelentes candidatos que fazem as coisas "acontecer"; mas há infelizmente outro grupo de candidatos ao Poder: os que não têm gosto, nem na realidade grande competência para investigar e leccionar - o poder para estes docentes serve-lhes para dificultar o percurso dos outros, serve-lhes para criar esquemas de controlo, esquemas de atemorização, esquemas de favoritismo e esquemas de compadrio. Corrupção não haverá, em Portugal, mas o conceito está lá todo!
Posto isto faço meu o pesar deste colega, que com tantos anos de investigação e de estudo, tem de sair do seu posto de trabalho habitual para poder trabalhar sem “vender a alma”.
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