sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

De Montevideu a Montevideu IV



O Hospital da Clínicas é um Hospital Universitário associado à Universidade da República , à Escola de Medicina, à Escola de Tecnologia Médica (www.fmed.edu.uy/) e ainda à Faculdade de Psicologia.


Orientei aqui um Seminário destinado a Médicos, Psicólogos , Psicomotricistas, Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos, Enfermeiros, Trabalhadores Sociais e Professores com o tema " Educação para a saúde nas escolas: que formação para os técnicos de educação e de saúde: perspectiva Portuguesa e Latino Americana"

Do debate que se seguiu aparecereram os temas da violência doméstica, violência sobre mulheres, abuso sexual, gravidez não planeada e violência em geral.
Os participantes falaram de uma "cultura machista" que faz com que a violência doméstica seja tolerada, sendo a vítima por vezes criticada pelo seu próprio comportamento que "terá levado à violência", por vezes pelos seus próprios familiares.
E, claro as questões da confusão " amor-paixão-violência", as questões da dependência económica, afectiva e social ( até aqui igual em todo o lado, pela America Latina quiça mais frequente)
Referiram um programa destinado a alertar as jovens para sinais precoces preditores de violência do homem, ainda durante o namoro, no sentido de ajudar as jovens a proteger-se de futuras relações tóxicas.
Não há intervenções para ajudar as mulheres a afirmar-se na sua individualidade e a encontrar alternativas à esta convivência com cenários de violência, nomeadamente a nível económico, social e de realização pessoal; não se referiu por exemplo trabalho com as famílias e intervenção precoce no sentido de potenciar a comunicação e resolução de problemas inter-géneros e encontrar alternativas futuras (não-violentas) para o convívio no casal, ou alternativas indicuduas ( socio-económicas) para a jovem/mulher.
O problema é por aqui demasiado duro para ser brindado com soluções "simples", mas de momento o que se faz é incentivar a o reporte da violência e providenciar logística a curto prazo.

Outro problema, a violência na escola, esbarra com problemas logísticos indiscritiveis, quando se fala de salas onde os professores podem, em casos especiais ter 60 alunos uma turma e onde 40 alunos por turma, é habitual...
Os Professores do ensino público básico e secundário têm várias lacunas de formação, por vezes não têm formação superior, o seu papel social e poder económico tem sido desvalorizado, e assiste-se a uma grande desvalorização da carreira, grande demissão e abstentismo dos Professores ( onde é que já li e vi isto?)

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