"Ser doutor é apenas o resultado de um trabalho que se desenvolve ao longo de anos, umas vezes com maior, outras com menor qualidade. Encontramos muitos nas universidades.
Conhecer um tema aprofundadamente e tudo o que com ele se relaciona é fácil. Há milhares de doutores por esse mundo com esta capacidade.
Saber transmitir os conhecimentos e entusiasmar os alunos para o que ensina é característica de milhares de bons professores nos mais diversos domínios.
Correr de conferência em conferência fazendo palestras e agradando às audiências é qualidade de muitos comunicadores na academia e fora dela.
Saber falar da área de investigação que apaixona e dedicar-lhe grande parte das conversas caracteriza muitos dos profissionais com quem convivemos e que assim preenchem tempos agradáveis de
nos corredores dos congressos ou nos almoços que fazemos.
Mas ser capaz de fazer tudo isto, e ainda assim saber quando o deve fazer, aprofundar a sua cultura para além dos seus temas, discutir com ideias inteligentes assuntos alheios à sua especialidade científica, ajudar a abrir perspectivas de vida naqueles com quem se convive e influencia, já muito poucos o conseguem.
Por tudo isto o Ruy construíu uma família de afectos muito rara, com muita gente a sentir que perdeu um pouco de si com a sua partida".
Sidonio Serpa
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