sábado, 29 de outubro de 2011

Sim Sr.Ministro: questões e solução:o escaravelho do Alabama


 "SIM  Sr. Ministro": duas questões e uma solução - O Escaravelho do Alabama

1) Governo após governo, quem fica nos "pequenos poderes"?

Quem fica agarradinho(a) aos dossiers, agarradinho(a) aos articulados, mantendo o lugar e o privilégio, tentando não deixar mais ninguém dar nas boas vistas, manipulando, intrigando, obstaculizando, entupindo o progresso do País até aos limites da sua alçada? Alguns dos pequenos chefes, pois claro.

Aqueles que um dia sonharam com uma carreira distinta mas se ficaram pela papelada, confinando o seu sonho de poder ao poder de pôr travão no progresso e no sucesso dos outros e do País.
A este grupo, a crise nacional até dá jeito, até ajuda a branquear algumas das suas práticas. Com "a crise" até fica mais fácil promover o aumento da inércia institucional, com uma estratégia  múltipla e demolidora: a morosidade, a ineficácia, o amiguismo e a poupança!

Sob a alçada destes chefitos, os documentos dão entrada e são logo ordenados por ordem de proximidade afectiva dos requerentes com o chefe.
Logo aqui, alguns ficam sempre para o fim (e só aqui vão 2 meses de atraso).
Passados 2 meses, inevitavelmente são de novo devolvidos porque nunca estão dirigidos à pessoa certa, na hierarquia burocrática (e vão mais 4 semanas de atraso).
Passadas 4 semanas são de novo devolvidos, com despachos do tipo: " é necessário reescrever a palavra "Art" com um "ponto" a seguir ao "Art", assim : " Art.",  e voltar a dar entrada para o próximo conselho de gestão (e aqui vão mais 4 meses  de atraso).  Por fim o processo é arquivado porque sempre se ultrapassam prazos!

Claro que se poupa na despesa e os chefitos vão-se mantendo nas boas graças dos chefes do patamar hierárquico seguinte (com mais ou menos necessidade de rodriguinhos complementares para intrigar)!

Com estes chefitos, mais as suas estratégias caseiras de gestão de Instituições, impede-se liminarmente o que podia ser uma boa solução para o Pais: o aumento da rapidez, da flexibilidade, da eficácia, da produtividade.

2) Mas quem quer um aumento de produtividade?  Os chefitos não!

Aliás desenvolveram ao longo dos anos estratégias variadas de inércia destinadas a parar as Instituições, sempre  fiéis a esta crença arcaica: "uma Instituição parada é uma Instituição que amealha poupanças e cai nas boas graças dos governantes".
Na realidade os chefitos até nem trabalham (se excluirmos o trabalhão que lhes dá impedir o trabalho dos outros), eles não trabalham não vá esse trabalho produzir alguma pequena despesa que possa desagradar ao chefe do patamar hierárquico superior!

Quando diariamente confrontada com estes chefitos, lembro-me sempre de uma terrinha no Alabama (Enterprise), onde os habitantes ergueram uma enorme estátua de apreço e distinção ao Escaravelho.
A história é simples: os habitantes de Enterprise eram pobres e produtores de algodão.
O escaravelho comeu-lhes o algodão durante várias colheitas fazendo-os ainda mais pobres.
Um certo ano, em desespero, os habitantes desistiram e começaram a plantar amendoim.
O amendoim é hoje fonte da sua prosperidade, e daí a estátua de agradecimento.

3) Porque me lembro do escaravelho do Alabama diariamente?

Seria para os Portugueses um motivo de grande alegria um dia haver motivos para propor uma estátua de homenagem aos chefitos:
Àqueles que tornaram a vida dos Portugueses tão impossível, que os obrigaram a mudar de rumo e a reencontrar forças para insistir no progresso!

2 comentários:

L. ramiro disse...

Brilhante! Digno de publicação num jornal nacional!

Isabel baptista disse...

Muito oportuno, gostei muito!
Parabéns,bj.
Eu, ib