quarta-feira, 10 de setembro de 2008

De S.Carlos a S.Carlos II

O prazer e a competência na Matemática

Para além das leituras em formato electrónico, trouxe de Lisboa uns livros de papel.
Um dos livros foi "A Matemática das Coisas" do Nuno Crato. Não conheço pessoalmente o Nuno Crato e fiquei a saber, apenas na capa deste livro, que ele trabalha na mesma Universidade do que eu…
Há tempos tinha lido uma crónica do autor, em que ele dissertava sobre os (re)conhecidos males da Educação em Portugal…
Para falar com franqueza, pareceu-me na altura um texto inteligente e denotando um elevado sentido de humor, mas achei-o também uma critica contundente, mas demasiado fácil e demasiado pouco acompanhada de propostas concretas de mudança (tenho para mim, que críticas, na idade adulta, só mesmo acompanhadas de propostas; senão é mesmo só agitar brasas…).

Muita tinta tem corrido sobre a razão do insucesso e (des)gosto dos alunos Portugueses pela Matemática. Ainda hoje li no Público on-line mais achegas a este assunto.
Mas as coisas na Educação não estão todas mal, e uma generalização abusiva só leva a um estado de pânico e insegurança dos pais, desalento dos professores, desinteresse dos alunos e descrédito da população em geral. Há sem dúvida “nichos” péssimos que até poderão azedar tudo à volta, e que têm de ser identificados e debelados, mas o resto (as boas partes), também têm que ser identificadas, reconhecidas e divulgadas.

O Nuno Crato explica com um entusiasmo transbordante, fenómenos matemáticos complexos. O seu livro tem uma leitura muito agradável e simples, com utilidade imediata na análise e compreensão de problemas do quotidiano.
Quando era adolescente, eu tinha um grande fascínio pela matemática e, se o Nuno Crato tem sido meu professor, ele teria sem dúvida mudado o meu futuro.

Passando agora a propostas concretas, o Nuno Crato podia ser encarregado de analisar e fazer propostas para o ensino da Matemática nas escolas Portuguesas. Identificar o que está mal, propor mudanças, e tornar a breve trecho os nossos alunos adeptos fervorosos e entusiastas desta maravilhosa ciência dos padrões, “os padrões matemáticos são afinal padrões necessários da natureza” (NC, pag 192).

Já agora, corroboro um apelo seu, embora não seja um tema central neste livro: a palavra "grama" tem género MASCULINO. Quando se lê “a grama” parece uma desafinação linguística, ou então que estamos a falar de botânica.

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