quinta-feira, 11 de setembro de 2008

De S.Carlos a S.Carlos III















S. Carlos é uma verdadeira cidade Universitária com campus. Talvez mais bem descrita como um campus com uma cidade. Este formato com esta intensidade, não temos nós em Portugal, ou pelo menos não me estou a lembrar de nenhum caso…

Aqui o campus ocupa grande parte da cidade e lá dentro há todo um conjunto de Instituições de apoio ao aluno, ao docente, à docência, à investigação e aos serviços de extensão à comunidade. Há instituições bancárias, restaurantes, livrarias e papelarias, uma estação de rádio, uma estação de televisão, uma orquestra e um coro, um teatro, um hospital-escola, um centro de saúde-escola e até uma agência de financiamento à investigação…, tudo dentro da UFSCAR.
Muitos alunos de outras partes do Brasil vivem em residências universitárias, até à graduação. Para os outros há Repúblicas, tal como as conhecemos da cultura Coimbrã. Tal como lá, há um culto corporativo dos alunos que passaram pelas Repúblicas, alunos de Minas Gerais, do Mato Grosso…

Tal como a nossa equipa Aventura Social em Lisboa, a equipa da Zilda e do Almir tem cerca de uma dúzia de alunas de mestrado, doutoramento e pós-doutoramento, todos com bolsas de investigação. TodOs não, todAs: são na verdade alunas no feminino, apenas um jovem. A nossa equipa em Lisboa tem a mesma proporção. Por onde andam os alunos-investigadores, aqui como aí?

Ontem jantámos juntos!
Mais uma experiência cultural “Rodízio de Pizza”: várias pizzas vão passando, uma das quais aliás chamada “Pizza à Portuguesa” (?). Assim podem comer-se uma dúzia de espécies de pizza diferentes, se o apetite o permitir. O curioso é que segue-se para a sobremesa também com pizza, mas então o queijo-base, é subtituido por chocolate-base e… largas à imaginação.

Radio USFCAR Escute Diferente

Hoje fui requisitada para fazer uma entrevista para a rádio local ( Radio USFCAR- Escute Diferente).
Vamos ter o link directo para a entrevista que vai passar em vários programas, na proxima semana.
Aceitei, um pouco para ser coerente com a minha politica de divulgação do conhecimento, mas francamente tinha-me parecido uma coisa longa (uma hora). Mas os meus entrevistadores, dois jornalistas, eram muito animados e descontraídos e tinham feito um trabalho de pesquisa notável sobre a minha vida e o meu trabalho. Diverti-me imenso “à conversa” ao longo daquela curta hora…

Em passeio com a Zilda descobrimos que a cidade se estende bem para além da rua que já conhecemos e inclui mesmo uma vasta zona verde com laguinhos a pedir longos e saudáveis passeios. A Zilda conta-nos que é uma cidade que permite uma excelente qualidade de vida, sem poluição, sem criminalidade, sem trânsito… Tem também uns excelente “picolés” (gelados de pauzinho, excelentes, directamente da fábrica).

Visitamos o Centro de Saúde–Escola, que fornece serviço à comunidade bem como apoio à docência e à investigação na área da medicina, fisioterapia, psicologia, enfermagem e terapia ocupacional, tal como o Hospital–Escola. Tem vários gabinetes de consulta, vários ginásios com saída directa para a rua (campo exterior para treino), piscina com vidro para fisioterapia, uma unidade de treino de actividades de vida diária (uma meia casa completamente equipada com vidro unidireccional, para treino de pessoas com deficiência mental, ou pessoas em recuperação de lesão motora), tem ainda uma ala para crianças com ludoteca que acabou de abrir, e projecta-se um espaço para design e construção de próteses.
Portugal- Dinamarca
Todos os dias nos assombramos com as diferenças linguísticas que unem o Português de Portugal e do Brasil.
Um “lanche de presunto”, é mesmo uma sandes de fiambre… o pedido “ Um chopp fresquinho”, leva o garçon ao máximo da estupefação “ Um chopp quê? não entendo o que a senhora quer!” e depois aliviado “ ah.. quer um chopp bem geladinho?”.
Não admira que às vezes alguns insistam em falar connosco inglês…

Justamente no fim da tarde num café passava um jogo de futebol no plasma. O garçon meteu conversa gesticulando : “ É Portugal- Dinamarca, está 1-0”. Metemos conversa de volta "Portugal tem também uma famosa selecção de futebol”.

No fim da noite vínhamos de jantar para o hotel e passamos à porta do mesmo café.
O garçon veio a correr para a rua ter connosco a gritar “ 3-2, 3-2, puxa vocês saindo e a Dinamarca pôs-se a marcar, foram 4 golos em 7 minutos, vocês haviam de ver…incrível, o Luizão já está fazendo aquela falta, é mesmo isso”.

O café estava agora cheio e perguntamos que jogo era agora “O Brasil-Bolivia”.
O garçon olhou para nós sorridenteOs senhores estão mesmo há quanto tempo no Brasil? , "Há 3 semanas”.
Ó! Puxa gente… imagina …para quem está no Brasil há 3 semanas, vocês falam Português bem para caramba!”.
Enfim é "gostozinho", no Brasil estamos sempre a receber elogios.
Bolívia
As notícias da instabilidade na Bolívia não param na comunicação social.

Custa relativizar e entender o parâmetro do risco.
Temos uma semana para decidir se cancelamos mesmo a passagem pela Bolívia e se vamos directos ao Peru, se voamos para La Paz directo de Brasilia e evitamos o caminho por terra.
Seria uma pena não poder ir, porque vai ser um grande congresso, onde gostar imenso de falar com os investigadores locais, onde vou ter uma grande participação e estamos com uma grande expectativa em relação aos locais, às pessoas, e ao percurso que planeámos, mas…
Alguém tem alguma notícia útil que nos possa ajudar a decidir?




2 comentários:

Anónimo disse...

Oi Margarida,
Esperamos que esteja tudo bem com você e com João na continuidade dessa jornada pela América do Sul.
É interessante ver sua percepção sobre nossa querida cidade de São Carlos! Um grande abraço.

Anónimo disse...

Lamento mucho que la crisis social que vivimos en mi país cree inseguridad.
La situación está muy dura en la zona oriental del país, es decir:
Santa Cruz, Tarija, Beni y Pando. También en Chuquisaca.
Las ciudades tranquilas son La Paz (por extraño que parezca), Oruro,
Potosí y Cochabamba. En éstas, los problemas no nos están llegando
porque son ciudades en las que el gobierno tiene a su gente en la
dirigencia.
En las otras ciudades, los opositores gobiernan.
Entonces, es mejor no ir a Santa Cruz, Tarija, Beni , Pando y
Chuquisaca.
Pero, en La Paz y Cochabamba hay tranquilidad absoluta.
No sé exactamente cuál es tu itinerario para Bolivia, pero si pensabas
ir a alguna de las ciudades del oriente, debes descartarlo.
un abrazo.