quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Santiago a Santiago IV

Educação para a cidadania e igualdade de género!

















Gostamos de Guaysamin quando vimos as primeiras reproduções
dos seus quadros... e ainda não sabiamos que era famoso e controverso. Em exposição aqui!




















Com a Drª Virgínia Perez, Endocrinologista Pediátrica, depois da Conferência na Sogia.
Como alguns Latino Americanos que temos vindo a conhecer, ela fala perfeitamente Português.
É interessante, e nada habitual para nós, encontrar pessoas que por algum motivo aprendem Português, e têm gosto em usá-lo.

Visitei a CEMERA (ver link na faixa lateral) , junto ao Hospital Roberto del Rio, onde conversei longa e agradavelmente com a Prof.Electra Gonzalez.
Esta académica trabalha na área da saúde sexual e reprodutiva e uma das suas investigações sobre diferenças de género, foi recentemente publicada pela Revista Médica do Chile e pode ser consultada a partir do seu nome no http://www.scielo.cl/ (coloquei na faixa lateral, junto do link da CEMERA, e o da Universidade do Chile, que publica a Revista Médica do Chile).
Foi muito interessante a semelhança de experiências, problemas, reflexões e soluções, incluindo a Educação para a Saúde e Sexualidade, nomeadamente em meio escolar...

Queria ter dito (ainda) com mais convicção, que em Portugal, na sequência do nosso trabalho do GTES a realidade Portuguesa tinha tido alguns melhoramentos nos últimos anos.
Falta-me no entanto alguma informação recente. Recentemente tive notícias de um estudo da APF (alguém mo manda?) e de uma resposta securizante do porta-voz do Ministério da Educação à comunicação social, confirmando que as coisas nas escolas estavam a andar como previsto, na sequência das propostas do GTES.

Mas falta-me informação recente e estou expectante! Um erro de timing neste momento pode deitar muito a perder. Sobretudo para os adolescentes portugueses seria uma pena perder-se um trabalho cuja dinâmica envolveu todo o Pais nos últimos 3 anos.

Pelo Chile os mesmo problemas: o conservadorismo de alguns pais e encarregados de educação (muito assustados e com os tais receios infundados de que a educação sexual antecipe a idade do começo das relações sexuais dos seus filhos, p.e.); a dificuldade em estruturar políticas de continuidade com os professores; a necessidade da formação de professores (essa sei que está a continuar em Portugal); a dificuldade de políticas coerentes e sustentadas; a dificuldade de articular os timings políticos com os timings educativos, os da saúde, os científicos…

Está mais que visto, o que é necessário não são mais recursos, são usos mais racionais e atempados dos recursos e das motivações… Uma velha história que tarda a concretizar-se de modo consistente e sustentado, para desgaste da opinião pública, dos técnicos, dos pais, e sobretudo em prejuízo dos jovens e da sua saúde.
Aqui, como aí …um grande ponto de interrogação no que diz respeito a causas e dinâmicas subjacentes a estas procrastinações e lentidões processual, associada a uma clara evidência quanto às consequências negativas para a saúde…

Fiz uma conferência a convite da Sociedade Chilena de Ginecologia Infanto-Juvenil (Sogia, link na faixa lateral) . A conferência foi sobre “Os adolescentes e a sexualidade: estudos quantitativos de carácter epidemiológico e estudos quantitativos de análise de discursos, com jovens e suas famílias”.

Na audiência várias pediatras, endocrinologistas-pediátricas, ginecologistas, psicólogas.
(Aqui todas mulheres mas, explicaram-me, não é característica da medicina de aqui, mas destas especialidades…)
Foi uma conversa bem agradável, que durou quase duas horas em vez da “encomenda” de 30 minutos. Várias coordenadoras de Centros de Saúde Integrada do(a) adolescente: Clínica Alemã, Hospital Roberto del Rio, Hospital Luís Calvo Mackenna, uma endocrinologista cuja actividade clínica e de investigação a levou às adolescentes.
Falei também um pouco do trabalho do GTES e da política de Educação para a Saúde em Portugal, do projecto dos Espaços de Apoio e Orientação aos Alunos na Escola; do Despacho da SEE sobre a Educação para a Saúde em Julho 2008, apresentado durante o Encontro Nacional de Professores, da segunda avaliação nacional, prevista para Janeiro 2009 com base em inquéritos aos Conselhos Executivos; da avaliação nacional, com base nas opiniões dos alunos prevista para Outubro 2009. Mas estes timings!… é que tarde, pode ser mesmo tarde demais….

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