Preservativo: assunto badalado mas pouco esclarecido.
A conversa anda muito “chata” à volta do preservativo e até parece que o assunto veio à baila “apenas” porque se está a votar no Parlamento e não por um motivo de saúde, como por exemplo os dados sobre a infecção VIH em Portugal.
A comunicação social e a política palaciana continuam a marcar a agenda da vida dos cidadãos e vamos tendo “ a semana do preservativo”, “ a semana da violência”, “ a semana da identidade de género”…
Lamentável!
Lamentável ainda que se fale do assunto da pior maneira possível, como se o preservativo e a sua “ distribuição” encerrassem em si todo o assunto do que é preciso dizer e fazer, em matéria de sexualidade e da saúde sexual dos adolescentes.
Lamentável ainda que o assunto se tenha reduzido a um duelo entre agendas politicas apressadas, e um conjunto de pais cheios de “valores” que (ao arrepio da ciência) continuam a achar que estratégias proibicionistas resultam na propagação de valores e na promoção da saúde sexual e que, pelo contrário, uma politica de informação e de acesso à protecção da saúde, torna os jovens consumidores compulsivos, apressados, pressionados e involuntários.
Lamentável!
Fui ouvindo (TSF) o Professor Henrique de Barros que incentiva os pais a tomar em mãos o seu papel educativo, para que os filhos não necessitem de preservativos se decidiram não iniciar (ainda) a sua vida sexual genital. Para o caso desta educação parental não resultar, (o que é sempre possível porque as influências sobre as pessoas são variadas e a sexualidade genital está emergente na adolescência), se a educação parental não resultar, ao menos as doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez não desejada não serão mais um produto da desigualdade económica e cultural, com os pobres e menos escolarizados a ter menos acesso (como dizem os estudos, ver em http://www.aventurasocial.com/ ). O acesso ao preservativo deixaria assim de ser um factor de desigualdade sócio-económica.
Fui ouvindo e conversando com o Professor Daniel Sampaio, cujas opiniões de fundo partilho e com quem trabalhei ao longo de 2 anos no GTES, o tal grupo de trabalho em que se baseia a proposta do PS agora em votação.
Há um ponto da maior importância em qualquer discussão sobre o assunto, nomeadamente que refira o GTES, (cujos relatórios estão disponíveis no site da DGIDC-ME):
O acesso ao preservativo nas escolas (o acesso e não a “distribuição”) foi sempre equacionado no âmbito de uma estratégia de educação promotora de saúde, nunca como um acontecimento tipo “animação de recreio”. Esta visão é aliás a perversão total de tudo quanto foi feito e dito pelo GTES.
Aparentemente foi-se a “filosofia” e ficou apenas a instrumentalização, algo grotesca e descontextualizada, da alegada “ distribuição, tipo rebuçado à porta das escolas”.
Lamentável! Não sei a quem serve isto, aos jovens não certamente.
Mas hoje para meu espanto geral li o Prof. Oliveira Silva, que também integrou o GTES, comentar que a dita “ distribuição de preservativos” tinha que ser nos Centros de Saúde porque a sua “ distribuição por professores e psicólogos seria mero facilitismo”.
Esta achega vinda de um ginecologista, Professor de Ética e elemento do tal GTES, teria que ter algum fundamento . O senhor Professor teria essa responsabilidade cívica.
A conversa anda muito “chata” à volta do preservativo e até parece que o assunto veio à baila “apenas” porque se está a votar no Parlamento e não por um motivo de saúde, como por exemplo os dados sobre a infecção VIH em Portugal.
A comunicação social e a política palaciana continuam a marcar a agenda da vida dos cidadãos e vamos tendo “ a semana do preservativo”, “ a semana da violência”, “ a semana da identidade de género”…
Lamentável!
Lamentável ainda que se fale do assunto da pior maneira possível, como se o preservativo e a sua “ distribuição” encerrassem em si todo o assunto do que é preciso dizer e fazer, em matéria de sexualidade e da saúde sexual dos adolescentes.
Lamentável ainda que o assunto se tenha reduzido a um duelo entre agendas politicas apressadas, e um conjunto de pais cheios de “valores” que (ao arrepio da ciência) continuam a achar que estratégias proibicionistas resultam na propagação de valores e na promoção da saúde sexual e que, pelo contrário, uma politica de informação e de acesso à protecção da saúde, torna os jovens consumidores compulsivos, apressados, pressionados e involuntários.
Lamentável!
Fui ouvindo (TSF) o Professor Henrique de Barros que incentiva os pais a tomar em mãos o seu papel educativo, para que os filhos não necessitem de preservativos se decidiram não iniciar (ainda) a sua vida sexual genital. Para o caso desta educação parental não resultar, (o que é sempre possível porque as influências sobre as pessoas são variadas e a sexualidade genital está emergente na adolescência), se a educação parental não resultar, ao menos as doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez não desejada não serão mais um produto da desigualdade económica e cultural, com os pobres e menos escolarizados a ter menos acesso (como dizem os estudos, ver em http://www.aventurasocial.com/ ). O acesso ao preservativo deixaria assim de ser um factor de desigualdade sócio-económica.
Fui ouvindo e conversando com o Professor Daniel Sampaio, cujas opiniões de fundo partilho e com quem trabalhei ao longo de 2 anos no GTES, o tal grupo de trabalho em que se baseia a proposta do PS agora em votação.
Há um ponto da maior importância em qualquer discussão sobre o assunto, nomeadamente que refira o GTES, (cujos relatórios estão disponíveis no site da DGIDC-ME):
O acesso ao preservativo nas escolas (o acesso e não a “distribuição”) foi sempre equacionado no âmbito de uma estratégia de educação promotora de saúde, nunca como um acontecimento tipo “animação de recreio”. Esta visão é aliás a perversão total de tudo quanto foi feito e dito pelo GTES.
Aparentemente foi-se a “filosofia” e ficou apenas a instrumentalização, algo grotesca e descontextualizada, da alegada “ distribuição, tipo rebuçado à porta das escolas”.
Lamentável! Não sei a quem serve isto, aos jovens não certamente.
Mas hoje para meu espanto geral li o Prof. Oliveira Silva, que também integrou o GTES, comentar que a dita “ distribuição de preservativos” tinha que ser nos Centros de Saúde porque a sua “ distribuição por professores e psicólogos seria mero facilitismo”.
Esta achega vinda de um ginecologista, Professor de Ética e elemento do tal GTES, teria que ter algum fundamento . O senhor Professor teria essa responsabilidade cívica.
Mas neste caso esse fundamento é nebuloso: O senhor Professor, parece não estar ao corrente dos curricula actuais das Universidades e parece desconhecer a formação de (muitos) professores, a nível graduado e pós graduado em matéria de saúde; O senhor Professor parece desconhecer a inclusão, em várias Universidades, na formação inicial de professores, e nos cursos de Mestrado e de Doutoramento, de disciplinas com grande carga horária em matéria de Educação para a Saúde e por fim o senhor Professor parece desconhecer a imensa formação a este nível a nível graduado e pós graduado que têm actualmente os Psicólogos da área da Saúde.
Apesar deste desconhecimento, o senhor Professor permite-se “ regular as funções de outros profissionais”, ao mesmo tempo que se associa ao GTES .
Fez-me lembrar o que aconteceu a uma senhora conhecida que quando ficou viúva foi ao médico do Centro de Saúde. Este atendeu-a, na sua competência clínica, mas no fim vendo uma frágil senhora, viúva e só, disse carinhoso “A senhora agora vai comprar um gatinho para lhe fazer companhia”.
Fico sempre a pensar que se as pessoas só falassem do que sabem, o Pais ia mais longe!
“ Não suba o sapateiro além das botas”! dizia um conto da minha infância.
Fez-me lembrar o que aconteceu a uma senhora conhecida que quando ficou viúva foi ao médico do Centro de Saúde. Este atendeu-a, na sua competência clínica, mas no fim vendo uma frágil senhora, viúva e só, disse carinhoso “A senhora agora vai comprar um gatinho para lhe fazer companhia”.
Fico sempre a pensar que se as pessoas só falassem do que sabem, o Pais ia mais longe!
“ Não suba o sapateiro além das botas”! dizia um conto da minha infância.
2 comentários:
Julgo que isto só mostra que as pessoas têm medo (e infelizmente não são só as não esclarecidas) que, por terem preservativo, os jovens se vão envolver em relações sexuais! Como se fosse de facto assim! E já agora também não teriam actividade sexual se não conseguissem ter acesso a preservativo!
O mundo não é como queremos e das duas uma: ou vivemos o melhor possível no que existe ou fantasiamos sobre como gostaríamos que fosse...
Este senhor faz-me lembrar os padres pedófilos, os médicos que fumam e os professores que não sabem falar!No dia em que provarem que o uso de preservativo mata como a SIDA rendo-me aos defensores da sua não distribuição...
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